terça-feira, 13 de outubro de 2009

Um olhar sob o TDA...

Trechos da Entrevista com Ana Beatriz Barbosa Silva
publicada em Veja 30/09/09
http://veja. abril.com. br/300909/ eu-achava- burra-p-019. shtml

"Eu me achava uma burra"

A psiquiatra conta como sofreu com o déficit de atenção
na infância e como aprendeu a conviver com o transtorno
que atinge 6% da população em idade escolar


Silvia Rogar

A psiquiatra carioca Ana Beatriz Barbosa Silva, 43 anos, especializou-se em traduzir para uma linguagem acessível

o universo misterioso dos transtornos mentais. Seu último livro, Mentes Perigosas, apresentou as muitas faces

dos psicopatas e há 44 semanas faz parte da lista dos mais vendidos de VEJA. Ela já havia feito uma primeira

incursão vitoriosa. Seu Mentes Inquietas,sobre o transtorno do déficit de atenção (TDA), vendeu 200 000 cópias

e está sendo relançado. Nesta entrevista, Ana Beatriz fala de sua experiência, da importância do diagnóstico precoce

e afirma que, embora não tenha cura, o transtorno permite uma vida normal e criativa.

O que provoca essa alteração do funcionamento do cérebro?

É um transtorno químico, causado pela baixa de dois neurotrasmissores: a

dopamina e a noradrenalina. Essa alteração diminui a ação filtrante do lobo frontal.

A genética já mostrou ter papel importante, mas fatores externos acabam interferindo

na evolução do transtorno. Se não é cercada por uma organização mínima, a pessoa pode

ter sérios prejuízos em sua qualidade de vida.

(...)
O menino com TDA pode sofrer na escola, mas desenhar muito bem ou tocar piano de ouvido, se essa for a sua paixão. Por isso, é fundamental que os pais descubram os talentos do filho e o estimulem a fazer aquilo de que realmente gosta.

TDA tem cura?

Não tem cura, mas há grandes chances de um final feliz. No momento em que

você entende sua engrenagem, passa a dominá-la em vez de ser dominado por ela.

Aí pode até levar vantagens. O excesso de pensamento – que causa exaustão,

desorganização e esquecimento – também traz ideias. Existem ideias boas e más.

O grande aliado de quem sofre de TDA é um caderninho. Em qualquer lugar, eu

anoto pensamentos que já deram origem a capítulos de livros. Mesmo para ideias

sem sentido, é vital ter organização. Dali pode sair algo realmente inovador.

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