terça-feira, 18 de agosto de 2009

Divulgação do conhecimento das Neurociências

Não é de hoje que o intrigante Sistema Nervoso exerce fascínio sobre cientistas e leigos. Na página eletrônica da Sociedade Brasileira de Neurociências (SBNeC), César Timo-Iaria, em seu texto História da Neurofisiologia no Brasil, cita descobertas sobre o Sistema Nervoso, já no século V a.C, na Grécia. Segundo o texto citado, Alkmaeon, discípulo de Pitágoras, que descobriu o nervo óptico, e Hipócrates (considerado “o pai da Medicina”), já afirmavam que o Sistema Nervoso, especialmente o encéfalo, é a sede da atividade mental.

Na opinião do neurocientista Roberto Lent, o Sistema Nervoso define a nossa humanidade e:
suas questões, então, tocam a nossa curiosidade sobre nós mesmos: como pensamos, como nos emocionamos, como falamos, por que sonhamos. Todas essas capacidades humanas podem estar alteradas nas doenças neurológicas e psiquiátricas, e agora visualizamos alternativas de tratamento ou cura. É impressionante que possamos intervir no cérebro para alterar sua função e isso é ao mesmo tempo instigante e assustador, levando em conta que podemos fazê-lo para o bem ou para o mal (LENT, 2007).

O conhecimento sobre o Sistema Nervoso, atingiu grande avanço nas últimas décadas, em decorrência dos estudos de diferentes áreas como a Fisiologia, a Anatomia, Farmacologia, Biologia, Psicologia, Neuropsiquiatria, entre outras, constituindo assim um campo interdisciplinar, denominado Neurociências. Na década de 90 houve grandes investimentos de recursos financeiros, principalmente dos Estados Unidos, para a pesquisa científica em Neurociências, ficando assim, esta década, conhecida como “Década do Cérebro” (EDWARDS, 2000).

Desde então, muitos resultados das pesquisas neurocientíficas têm sido aplicados na melhoria da qualidade de vida da população e têm grande relevância devido ao seu impacto na sociedade. Para Stevens Rehen (2008), a Neurociência é a maior fronteira da ciência, na área biológica, na atualidade.

O conhecimento sobre o Sistema Nervoso está no centro de muitas decisões éticas, políticas e religiosas como, por exemplo, a influência ou determinação neurobiológica na sexualidade; o estabelecimento dos limites permitidos de álcool no organismo de motoristas na Lei Seca; o desenvolvimento de células- tronco para aplicação em terapia de doenças neurodegenerativas; a revolução da interface cérebro-máquina e a legalidade da interrupção da gravidez em casos de fetos anencéfalos.

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